quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Entrevista com Cynthia Rosenburg e André Trigueiro

Resenha
Baseada no livro:ASHLEY, Patrícia Almeida (coordenação). Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2002.
Resenha dos capítulos 10 e 11, página 136 ao final

O objetivo deste trabalho foi levar a noção de responsabilidade social a uma empresa através da transformação de sua equipe de trabalho e satisfação da clientela ao inserir no quadro de funcionários uma equipe da terceira idade para trabalhar nos finais de semana e feriados, com a finalidade de dar folga aos demais funcionários nestes dias.
Trata da experiência de uma firma de RH recrutando pessoas acima de 55 anos de idade, no projeto de uma empresa sem política de responsabilidade social.
O tema tem sido muito discutido, porém, só assumem responsabilidade pessoas que possuem auto-estima, poder e sentimento, o assunto engloba os valores éticos, morais, intelectuais e as contribuições a favor dos carentes, incluindo funcionários, clientes e fornecedores.
Quanto à terceira idade, também foco de mudanças conceituais, não mais velhice, é um bem a ser conquistado: “a eterna juventude”. Os idosos têm se tornados ativos, “arrimo” da família, fonte de consolo dos desafortunados. Porém, nem todas as atividades lhes são propícias. Na empresa de recrutamento, numa entrevista dos que procuravam trabalho, descobriu-se em comum: a sensação de inutilidade (como que tivessem perdido a identidade) o alijamento social (restrito universo social), insegurança diante do avanço tecnológico e o financeiro.
Então, a empresa de R H injetou-os num supermercado que estava com o seguinte problema: abria todos os dias, inclusive no domingo, os funcionários faltavam ao trabalho nos finais de semana e, quando iam, prestavam mal atendimento. Os novos contratados trabalhariam somente aos finais de semana, para dar folga aos outros trabalhadores. Era explicado ao público que os maiores de 50 anos eram mais pacientes, responsáveis e experientes. A clientela aprovou, encorajando-os a ponto de aumentar o percentual de vendas dos finais de semana. Com este trabalho, os novos contratados ajudaram financeiramente suas famílias, muitos voltaram a estudar, diminuindo a incidência de doenças. “Vestiram a camisa” da empresa. Apaziguou-se o clima da empresa e esta ficou satisfeita.
Os funcionários de uma organização socialmente responsável têm orgulho de nela trabalhar, sabendo que existe integração dos objetivos sociais e financeiros. É somente através da responsabilidade social que haverá bem estar entre a equipe, e para com terceiros, maximizando os resultados e trazendo sustentabilidade para suas estratégias.
As organizações do setor público também são questionadas sobre o cumprimento da responsabilidade social. Nesse contexto, o Banco Central do Brasil foi escolhido como base do estudo, por se tratar de uma organização pública chave para as políticas econômicas do país.
A globalização levou o mundo à conscientização da necessidade de considerar os problemas sociais decorrentes do sistema. As questões morais, políticas e sociais não têm acompanhado o desenvolvimento tecnológico, que possibilitou tal globalização. Por isso, hoje existe o pensamento de responsabilidade social nas empresas, mesmo ainda, em passos lentos.
Sabe-se que as organizações públicas existem para suprir os anseios da sociedade, contudo não existem muitos estudos que contemplem esta área.
Para que o exercício da accountability ( prestação de contas sobre a responsabilidade social ) seja realizado pelas organizações estatais, é importante a participação popular, porém no Brasil, ainda existe esta deficiência.
O Banco Central é uma organização de interesse totalmente público, sendo capaz de aumentar o bem estar da sociedade. Ele cuida da estabilidade interna e externa da moeda ( política cambial ) e pelo equilíbrio do sistema bancário e financeiro, procurando sempre manter o poder de compra da moeda, e no caso brasileiro isto foi garantido na Constituição Federal de 1988.
O relacionamento adequado com a sociedade é elemento da responsabilidade social dos bancos centrais. Atualmente, os bancos centrais se preocupam em ser transparentes e abertos à sociedade, graças às mudanças globais. O bom relacionamento com a sociedade permite ao Banco Central influenciar a melhoria do bem estar social, ao reduzir as incertezas concernentes ao futuro da economia.
Um fator interessante a ser analisado é que, quanto maior for a autonomia do Banco Central, maior será sua responsabilidade social. Através de abertura de canais de comunicação com a comunidade, este pode conscientizá-la sobre a matéria econômica.
A partir do Plano Real, o Banco Central do Brasil foi obrigado a intensificar seu relacionamento com a sociedade, graças a diversos setores sociais, como, por exemplo, a imprensa, e em 1997, esse contratou uma assessora de imprensa, possibilitando maior quantidade de entrevistas e artigos sobre o Banco. Houve melhorias nas centrais de atendimento, com informações também via e-mail.
O projeto “Banco Central Escola” o aproxima da juventude. Isto mostra sua importância na eliminação de barreiras entre economia e sociedade. O Banco Central é o responsável pela divulgação de sua atuação junto à sociedade, sendo a comunicação um fator importante em sua responsabilidade social, sendo a primazia o adequado cumprimento de sua missão. Para que isso aconteça, o bom desempenho do Banco depende da qualidade das pessoas que o integram, e essa qualidade depende diretamente do tratamento que lhes é dado. Os funcionários, internamente, e a sociedade, externamente, são os principais responsáveis pela definição de suas políticas de responsabilidade social. Mas, sabe-se que ainda há um longo caminho a ser percorrido, para que a organização mude em benefício de toda a sociedade.
A autora traz no apêndice várias pesquisas atreladas aos cursos de graduação e pós-graduação sobre a temática exposta, citando algumas instituições, e finaliza informando sites nacionais e internacionais sobre responsabilidade social.



Entrevista com Cynthia Rosenburg e André Trigueiro
09/10/2008 - 14:11André Trigueiro e Cynthia Rosenburg falam sobre sustentabilidade, de acordo com o olhar dos jornalistas Por Fátima Cardoso, para o Instituto Ethos no Jornal Dia a Dia.
http://www.jornaldiadia.com.br/imprimir_noticia.php?id=27028;


Resumo:
O Instituto Ethos entrevistou dois jornalistas premiados por suas contribuições na divulgação da responsabilidade social. Foi comentado que o enfoque jornalístico não esta voltado aos aspectos da sustentabilidade, que é fator importante à responsabilidade social. Cynthia Rosenburg disse ainda que ninguém aprendeu a visualizar as coisas completamente, inclusive os empresários, cidadãos e consumidores. Porém, há esforços no meio jornalístico para que este quadro venha a mudar, citando o exemplo da jornalista Miriam Leitão. O envolvimento da entrevistada nestas questões se deu, segundo ela mesma, ao perceber a importância que este assunto iria produzir junto à sociedade. Para ela, as empresas necessitam ser claras na questão de responsabilidade social, e aos jornalistas cabe a tarefa de “peneirar” as informações com o objetivo de separar o “joio do trigo”.
Para André Trigueiro, a mídia deve sinalizar rumos e perspectivas às boas práticas de responsabilidade social. Segundo ele, a cultura, informação, ousadia e coragem são ingredientes importantes aos jornalistas que estão envolvidos no tema da responsabilidade social, pois é um assunto que incomoda e gera mudanças no comportamento da sociedade.

Análise Crítica:
A atual resenha trouxe a importância do papel da imprensa na divulgação da responsabilidade social nas empresas, ratificado pela entrevista do Instituto Ethos com dois jornalistas sobre a sustentabilidade, que envolve a responsabilidade social das empresas, bem como o papel do jornalismo nesta discussão. Cynthia Rosenburg trouxe uma grande contribuição ao dizer que há esforços voltados para que este tema amadureça no meio jornalístico. Outro aspecto importante é o fato de que a comunicação pode ser uma ferramenta de grande valor para a divulgação da responsabilidade social. segundo André Trigueiro, a possibilidade de que a imprensa sinalize rumos e perspectivas às boas práticas de responsabilidade social. A declaração destes jornalistas está em conformidade com os eventos atuais de implementação de responsabilidade social nas empresas.

sábado, 11 de outubro de 2008

Os dez mandamentos de responsabilidade social



Resenha

Baseada no livro:

ASHLEY, Patrícia Almeida (coordenação). Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2002.

Resenha dos capítulos 7 ao 9, páginas 92 a 135

O livro nestes 3 próximos capítulos, traz a pratica de responsabilidade social, entrevistando 4 empresas, no capitulo 7, apresentando o comportamento social das organizações de Londrina, no capitulo 8, e no seguinte, o aspecto social das cooperativas.

O objetivo futuro é haver um rancking para divulgação das ações sociais. Os resultados obtidos demonstram que todas têm preocupação em ser socialmente responsáveis, publicando balanço social, contudo sem uma auditoria social. A conduta dos funcionários espelha a postura ética do líder, pois na maioria das empresas os trabalhadores não têm conhecimento do código de ética social e nem treinamento sobre este.

Os dados sobre doações filantrópicas são facilmente obtidos, porém sem a existência de um código de ética social; já as informações de problemas com funcionários não são facilmente obtidas, quando conseguidas. Não há benefício que exceda aos fixados em lei, como: número de contratação de deficientes físicos. É buscada maior qualidade no relacionamento com clientes, com consumidores, com o meio, com fornecedores; utilizando-se de ouvidorias, proporcionando reciclagens, exigindo parceiros socialmente responsáveis, isto sem perder de vista o aumento da lucratividade. Com a comunidade as empresa ajudam mais com doação financeira do que com a interação participativa.

Em Londrina, as empresas prestadoras de serviço são as mais estruturadas na realização de atividades voltadas ao campo social. Possuem programas, departamentos, atividades sociais, específicas para este atendimento social, sendo também o ramo que mais divulga na mídia externa suas realizações sociais. As indústrias pensam que responsabilidade social é priorizar o tratamento com os funcionários; oferecendo-lhes maior qualidade de mão de obra, diminuição dos conflitos e aumento de produtividade. Já o setor de comércio investe na arte e na cultura como forma de investimento social.

Observando-se as filiais, foi detectado que 25% destas atuam socialmente onde estão instaladas, sendo que as demais atuam onde se localiza a matriz. Porém, as grandes entidades, não possuem projetos para as diversas regiões do país, levando as filiais a agirem socialmente com as mesmas estratégias. Entretanto, estas ações sociais não possuem alcance necessário, pois as necessidades nos locais das filiais são diferentes às da matriz, e a participação dos funcionários é quase que obrigatória, porque não opinam, não sugerem, apenas cumprem as determinações. Também existem, assim, dispêndios financeiros inúteis.

Os resultados de Londrina revelam o envolvimento empresarial com a questão social, contudo, de forma amadora. È necessário crescer, alcançar melhores resultados, ser profissional no tema, baseando-se na solidariedade, sustentabilidade, igualdade, aproximando os diferentes grupos sociais, etc., com a finalidade de que estas instituições sejam

Pólos de desenvolvimento de novas metodologias em instrumentos que irão subsidiar tecnicamente as empresas. Estes procedimentos serão aplicados com o intuito de aumentar os benefícios de atuar socialmente e contribuir para o fortalecimento da ação social (ASLEY 2002, p116).

Cooperativismo significa trabalhar em conjunto. Desta forma, cooperativas são instituições econômicas que visam à cooperação social. O desempenho da cooperativa como empresa é medido pelos seus aspectos econômico-financeiros, e o desempenho como associação é medido a partir de seus aspectos sociais.

Conclui-se que a dimensão social das cooperativas é avaliada por índices sociopolíticos que levam em consideração o grau de participação dos cooperados, bem como os benefícios a eles gerados.

Resumo

Escrito por Stephen Kanitz, em http://www.kanitz.com.br/impublicaveis/responsabilidade_social.asp

I. Para a implantação de um projeto social, é necessária uma pesquisa junto às entidades sobre o que elas almejam.

II. O que as entidades sociais precisam não vão de encontro com o que às empresas oferecem.

III. As empresas que assumem compromissos com movimentos sociais, devem ser responsáveis pelo sucesso ou fracasso dos mesmos.

IV. Existe uma seriedade em praticar responsabilidade social.

V. Não publicar vantagens feitas em projetos sociais, mas aumentar a participação junto às entidades.

VI. Dedicar-se na viabilidade e manutenção deste projeto social.

VII. Investimentos das empresas nas áreas sociais são repassados para o preço final dos produtos.

VIII. Institutos com o nome ou marca de empresas não se envolvem em problemas sociais complicados.

IX. O uso de critérios empresariais para definir quais projetos apoiar, devem ser descartados, pois este é um setor de critérios humanitários.

X. Responsabilidade social está ligada à filantropia e voluntariado, regida por afeto e compaixão.

Análise crítica

O texto “Os Dez Mandamentos de Responsabilidade Social” procura mostrar como deve ser pensada e praticada a responsabilidade social, de um modo divergente daquele apresentado no livro em alguns pontos, como a utilização da marca para promover a ação social, pois as empresas atuam apenas em áreas de interesses próprios, sem a participação da comunidade e envolvimento dos empregados, contradizendo a verdadeira intenção da boa prática social, e converge em outros, como a ênfase na temática da filantropia onde o livro aponta para um envolvimento direto das empresas nas ações sociais e não somente a doação financeira. Também se assemelham quando prezam que responsabilidade social deve ser realizada segundo a necessidade do local onde a empresa esta inserida e não seguir a pratica social da matriz.